quinta-feira, 20 de abril de 2017

Glicemia Capilar

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O objetivo do tratamento do diabetes é manter a glicemia (açúcar no sangue) o mais próximo do normal quanto possível.
Para que isso ocorra é necessário um esforço conjunto, uma combinação da alimentação e atividade física adequada, testes de monitoramento (acompanhamento) dos níveis de glicemia e, em muitos casos, o uso de medicamentos orais ou insulina para tentar imitar o funcionamento do pâncreas, órgão responsável pela produção da insulina e por controlar os níveis de glicose no sangue.
Os testes de monitoramento da glicemia são os testes que servem para acompanhar os níveis de glicose no sangue ao longo do tempo como, por exemplo, o teste da hemoglobina glicada (HbA1c), a monitorização contínua da glicose (CGMS = Continuous Glucose Monitoring System) e o teste de glicemia capilar ou teste de ponta de dedo.

O que é glicemia capilar ?

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É a coleta de sangue de capilares sanguíneo geralmente do dedo, através da perfuração cutânea por uma lanceta e a dosagem de glicose é verificada em aparelhos próprios para esse fim.
Quando eles são feitos por você são chamados testes de auto monitoramento da glicemia.
O teste de glicemia capilar possibilita conhecer os níveis de glicemia durante o dia, em momentos que interessam para acompanhar e avaliar a eficiência do plano alimentar, da medicação oral e principalmente da administração de insulina, assim como orientar as mudanças no tratamento.
O “teste de ponta de dedo” ou glicemia capilar é o teste mais comumente usado para o monitoramento da glicemia.

Cada tipo de controle tem suas vantagens e desvantagens. Contudo, é preciso considerar que a glicemia capilar oferece uma vantagem significativa que é a avaliação direta da glicemia. Através do teste de ponta de dedo, é possível saber no momento o valor da taxa de açúcar no sangue, o que possibilita a detecção de uma hipoglicemia ou de uma hiperglicemia. Em alguns casos é possível fazer uma leitura visual do valor da glicemia.

Apesar do pequeno desconforto da picada e do custo mais elevado para se fazer a glicemia capilar com freqüência, este é o tipo de teste mais indicado. É necessário que o exame seja efetuado com a técnica adequada, caso contrário os valores resultantes estarão incorretos. 
Há que se considerar ainda que as pessoas com problemas de visão poderão ter dificuldades de ler o exame. Portanto, quem tem algum problema visual deve estar acompanhado na realização do teste.

Esses resultados podem variar conforme o alimento ingerido, a atividade física realizada, em situações de stress, infecções e com uso de alguns tipos de medicações.

O médico, enfermeira ou a equipe de saúde orientarão qual deverá ser a frequência necessária para a realização dos testes, conforme a necessidade de cada paciente com diabetes.
Em situações especiais, como ajustes de alimentação, contagem de carboidratos, uso de nova insulina, uso de medicamentos, atividade física extra ou doenças, pode ser necessária a realização de mais testes.
Os níveis de glicemia elevados são responsáveis pelas complicações do diabetes. Portanto, o acompanhamento da glicemia, ou automonitorização, é recomendado a todas as pessoas com diabetes, seja do tipo1, tipo 2 e no diabetes gestacional (aquele que ocorre em algumas mulheres durante a gravidez).

O teste de glicemia capilar possibilita conhecer os níveis de glicemia durante o dia, em momentos que interessam para acompanhar e avaliar a eficiência do plano alimentar, da medicação oral e principalmente da administração de insulina, assim como orientar as mudanças no tratamento.

Para quem tem diabetes, existem alguns fatores que ajudam na manutenção das taxas de glicemia próximas aos valores normais, tais como:
  • controle no consumo de alimentos (qualidade, quantidade e regularidade de horários nas refeições);
  • ajustes nas dosagens dos medicamentos;
  • exercícios físicos regulares;
  • uso correto da medicação (insulina ou antidiabéticos orais);
  • realização de testes de glicemia capilar (também conhecidos por teste da “gotinha” ou “ponta-de-dedo”) em horários adequados para ajuste no tratamento.

O uso deste aparelho aumenta a confiabilidade dos resultados, podendo melhorar a adesão e a satisfação do diabético e do médico com o tratamento. Possibilita também ao diabético, a participação ativa no controle da doença e o tratamento pode ser melhor orientado de acordo com os resultados.
Lembramos que o controle adequado da glicose no sangue é fundamental para reduzir as complicaçoes do diabetes.

Cuidados que o diabético deve ter com o glicosímetro e fitas:

- Manter a limpeza adequada do aparelho;
- Utilizar o glicosímetro ou a fita em temperatura igual à temperatura ambiente;
- Guardar as fitas na sua embalagem original, em lugar fresco, longe da exposição ao sol ou calor;
- Não usar fitas fora da validade;
- Usar o glicosímetro com as fitas do mesmo fabricante;
- Ao inserir o chip que vem dentro da embalagem das fitas no aparelho, deve-se observar se o visor do aparelho mostrará o mesmo código impresso no lado de fora da caixa de fitas;
- Ao término de uma embalagem de fitas, deve-se sempre retirar o chip do aparelho, desprezá-lo e inserir um novo chip da nova caixa de fitas.

Valores de glicemia:
  • O Valor de glicemia normal de 70 a 99 mg/dl em jejum oral de 8 horas.
  • Os Valores intermediários entre 99-126 mg/dl devem ser mais bem investigados com outros testes para afastar o diagnóstico de diabetes.

É aceitável a glicemia pós-prandial (após refeição) de 140mg/dl

Horários mais comuns para fazer os testes

·         Em jejum.
·         Antes da refeição (pré-prandial).
·         1 a 2 horas após a refeição (pós-prandial).
·         Antes de dormir.
·         Na madrugada (3 horas da manhã).
Metas Para Alcançar no Tratamento do Diabetes Mellitus

  • Glicemia de jejum menor que 99 mg/dl, podendo chegar até 130 mg/dl dependendo das condições individuais do diabético.
  • Glicemia pré-prandial (antes da refeição) menor que 99 mg/dl, podendo chegar até 130 mg/dl dependendo das condições individuais do diabético.
  • Glicemia pós-prandial (pós-prandial) menor que 140 mg/dl, podendo chegar até 180 mg/dl dependendo das condições individuais do diabético.

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Importante!

Embora sejam essas as metas ou os resultados ideais para alcançar no tratamento do diabetes, elas são realmente definidas pelo médico, de acordo com as condições individuais do diabético, levando em conta a sua idade, outros problemas de saúde e o tempo de convivência com o diabetes.
Algumas recomendações importantes

A frequência do perfil glicêmico - o conjunto de glicemias capilares realizadas num dia – depende do objetivo desejado, do controle emocional para realizar vários testes, da condição socioeconômica e dos medicamentos utilizados. Em outras, palavras, cada paciente deve ter suas metas individuais.

A bomba de infusão contínua de insulina exige que se meça a glicemia várias vezes ao dia para administrar a dose correta em relação à quantidade de carboidrato ingerida em cada refeição.

No caso de portadores de diabetes tipo 1 ou 2 que usam insulina, o teste deve ser feito em jejum, antes da alimentação, antes e após o exercício físico, quando há suspeita de hipoglicemia ou hiperglicemia, nas doenças intercorrentes (infecções, vômitos, diarreia) e nos ajustes de doses de insulina.

Quando a pessoa é orientada pelo médico a realizar a suplementação de insulina R (ação Rápida) ou UR, (ação Ultrarrápida), deverá fazer as glicemias capilares antes das refeições.

Os portadores de diabetes tipo 2 que usam hipoglicemiantes orais, além de insulina noturna, devem fazer a glicemia de jejum e antes do jantar. Ao menos um dia por semana, devem fazer glicemia após o almoço e o jantar para verificar a absorção dos nutrientes e a necessidade de controle alimentar mais rigoroso.

A glicemia capilar deve ser realizada toda vez que houver suspeita de hipoglicemia e repetida sempre que os resultados estiverem fora dos objetivos determinados pelo médico.
É recomendável que se estabeleça uma periodicidade para se fazer um teste comparativo entre o resultado da glicose obtido no glicosímetro com aquele obtido com a dosagem no laboratório. Ambas as amostras (ponta de dedo e sangue da veia) devem ser colhidas no momento da realização do teste no glicosímetro. Contudo, é importante saber que a dosagem da glicose no sangue tem uma diferença em relação à feita na ponta de dedo, e isso ocorre em razão da maior variação apresentada pela dosagem feita no glicosímetro (aceitável até 20%) que aquela dosada no laboratório (variação de no máximo 3 a 4%).
Preparando-se para fazer o Teste de Glicemia Capilar

Embora possa causar algum medo no início, fazer o teste de glicemia capilar ou ponta de dedo é menos dolorido do que parece.

Às vezes, o barulho do lancetador ao disparar a lanceta assusta mais do que a própria picada.

É uma boa ideia os pais ou responsáveis por crianças diabéticas realizarem o teste, primeiramente, em si próprios.

Isso fará que percebam a “real” dor que o teste causa e que, muitas vezes, o motivo da criança chorar não é a dor em si, mas sim, o medo do desconhecido, ou por ser feito “à força”, por exemplo.

É verdade que a sensação de dor depende da sensibilidade de cada um, mas se forem seguidos alguns passos certamente essa dor será mínima e, às vezes, nem existirá.
Anote os resultados de maneira organizada

Além dos resultados, anote também os acontecimentos importantes relacionados à glicemia obtida, tais como: complementação de insulina, sintomas de hipoglicemia, diminuição ou excessos alimentares, presença de infecção, quadros de vômitos e diarreia, atividade física não programada e uso de outros medicamentos.
Essas informações são fundamentais para que o médico e outros profissionais possam monitorar o paciente e inserir alterações no tratamento para o bom controle glicêmico.

Procedimento


Material:

  • Água, detergente, papel toalha;
  •  Luvas de procedimento;
  • Algodão;
  • Solução de Incidin;
  • Bandeja retangular;
  • Glicosímetro;
  • Fitas reagentes para glicose, específica ao aparelho utilizado no momento;
  • Lancetas estéreis;
  • Caneta e papel para anotação do resultado encontrado;
  • Caixa para descarte de material contaminado;
  • Prontuário do paciente.


Descrição da Técnica:Resultado de imagem para glicemia capilar



Realizar a higienização das mãos;
• Realizar a desinfecção da bandeja com o desinfetante hospitalar de superfícies fixas;
• Separar o material necessário na bandeja;
• Certificar-se de que a fita reagente está na validade;
• Orientar o paciente sobre o procedimento;
• Realizar a higienização das mãos;
• Calçar as luvas de procedimento;
• Ligar o aparelho e posicionar a fita e o glicosímetro de modo a facilitar a deposição da gota
de sangue no local adequado;
• Segurar a lanceta sem tampa e fazer uma leve pressão na ponta do dedo escolhido de modo
a favorecer o seu enchimento capilar;
• Com a outra mão limpar a área com algodão seco
• Com a lanceta ou agulha estéril fazer uma punção na ponta do dedo escolhido,
preferencialmente na lateral do dedo, onde a dor é minimizada;
• Lancetar o dedo e obter uma gota suficiente para preencher o campo reagente;
• Pressionar o local da punção com algodão até hemostasia;
• Atentar para pacientes em uso de anticoagulantes;
• Informar-lhe o resultado obtido ao paciente;
• Desprezar a fita reagente e a lanceta na caixa específica para material perfurocortante;
• Limpar o glicosímetro com algodão embebido com solução de Incidin e guadá-lo;
• Retirar as luvas,
• Lavar a bandeja com água e sabão, secar com papel toalha;
• Realizar a higienização das mãos;
• Registrar o valor obtido no prontuário do paciente.


Problemas Comuns e Causas de Erro ao Fazer o Teste De Glicemia Capilar


 1- Nunca tocar nas tiras com os dedos úmidos, seja com água ou álcool. A umidade altera as tiras, levando a resultados errados.

2-Não usar o sangue quando ele escorrer pelo dedo. Limpe-o e tente apertá-lo novamente para obter outra gota de sangue.

3- Não picar o dedo se as mãos estiverem úmidas, secá-las bem primeiramente.

4- Pressionar firmemente o lancetador contra o dedo. Quando o lancetador é regulado para graduações menores, ao dispará-lo, ocorre a saída de uma pequena parte da ponta da lanceta, que pode não picar a pele na profundidade suficiente para se obter uma gota de sangue.

Se seguir essas orientações e, mesmo assim, não conseguir obter uma gota de sangue, aumente a graduação do lancetador.

Registrando os Resultados do Teste de Glicemia Capilar


As anotações dos resultados devem ser acompanhadas de observações das situações ocorridas próximas ao momento do teste como, por exemplo, atividades físicas realizadas, alimentação, medicações, situações de stress, ou ainda, presença de doenças (resfriado, gripe).

Essas informações são importantes para você e para o médico, pois elas facilitarão o entendimento do que está causando as alterações da glicemia.

Verificação Glicêmica em Neonatos


Ao nascimento, a glicemia do recém-nascido declina de 80 a 105 mg/dl para 40 a 60 mg/dl, atingindo o nadir ao redor de duas horas. Após este período aumenta espontaneamente, atingindo um platô em duas a quatro horas. Esta queda da glicemia plasmática é mais acentuada em recém-nascidos pré-termo ou pequenos para a idade gestacional. O neonato sadio, nas primeiras seis horas de vida, mantém uma glicemia entre 40 e 80 mg/dl; este nível aumenta paulatinamente, com o início da alimentação, situando-se entre 45 e 90 mg/dl após 24 horas de vida(5).
Portanto, glicemia abaixo de 40 mg/dl, em qualquer recém-nascido, com qualquer idade gestacional e cronológica, deve ser considerada como hipoglicemia, necessitando de tratamento adequado.
Em recém-nascidos a coleta do sangue capilar deve ocorrer na face lateral do calcâneo.
 Resultado de imagem para punção capilar de calcaneo

Locais Alternativos para verificação da Glicemia


Uma das grandes preocupações médicas é a precisão da glicemia nos locais alternativos. Ferraz, Maia e Araú- jo (9) demonstraram que não há diferença da glicemia medida na ponta de dedo, quando comparado à orelha.
Não houve diferença significativa nos estudos da glicemia medida na ponta de dedo, quando comparada à glicemia medida em orelha, antebraço e panturrilha. Avaliando o local de escolha, o sexo e a idade, não houve influência. O dedo e a orelha foram os locais preferidos, apesar de os pacientes referirem maior sensação dolorosa na ponta de dedo em comparação aos locais alternativos. Tal fato talvez se deva ao hábito da monitorização ser sempre realizada na ponta de dedo.


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